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EDIÇÃO 35

Olá, gente boa!

Você está recebendo a 35ª edição da News "Sustentabilidade e Empreendedorismo".

Devido aos últimos acontecimentos no Brasil, pode surgir a pergunta "A responsabilidade socioambiental empresarial existe na prática?", então, resolvi levantar alguns pontos sobre esse tema. Confira e nos conte a sua opinião a respeito.

Não esqueça de mandar sugestões sobre o que você quer ver nas próximas edições!

Um abraço e até!
Marcus Nakagawa

Qual a sua definição para este tema?



A responsabilidade socioambiental empresarial existe na prática?

*Marcus Nakagawa

O ano letivo nas escolas e faculdade está começando e tenho certeza que esta pergunta virá por meio dos alunos e alunas ou pelos meus colegas professores. Neste momento muito delicado em que muitas vidas humanas foram retiradas e um sistema ecológico todo entrou e está entrando em colapso, fica muito evidente a enorme preocupação com o controle, a legislação e a gestão do impacto das ações empresariais no Brasil e no mundo.

Fiquei tentado em escrever ou comentar como muita gente fez no começo deste triste momento de Brumadinho. Mas acabei acompanhando e escutando muitas versões e argumentos, e vi muita gente que da noite para o dia virou especialista em gestão ambiental, conhecedor de relacionamento com a comunidade, mineração, geografia e topografia etc. Não que o conhecimento deva ficar na alçada de somente um profissional, mas, temos que escutar, estudar e entender os especialistas para emitir opiniões e circular informações nas redes sociais que, ainda, muitas vezes, podem ser falsas. O aprendizado é muito importante, mas não podemos transformar as informações em verdades universais ou em hinos de torcida de time de futebol.

Já trabalhei em departamentos de responsabilidade socioambiental e sustentabilidade de grandes empresas das áreas de alimento e eletrônico, anteriormente, e fico muito preocupado em ser questionado se estes departamentos são realmente sérios ou se servem somente como “marketing”. Um exemplo, é que dentro destas mesmas empresas, muitos dos meus colegas colocavam como o departamento que abraçava árvores e cuidava de crianças e adolescentes, com um tom muito pejorativo.

Realmente, para trabalhar nestes departamentos precisa ter muita resiliência para poder atender as várias demandas dos públicos impactados pela empresa, sabendo que dentro destes públicos estão também a comunidade e o meio ambiente.

Os interesses são muitos, partindo pelos acionistas e as entregas de resultados; os clientes e consumidores, por serviços e produtos de qualidade; os fornecedores, por pagamento em dia e entrega; os funcionários pelas suas demandas diárias no trabalho, além de ter que prestar atenção ao processo produtivo para que não se perca nada. E ainda existe a gestão da comunidade do entorno e do meio ambiente em que está inserido. É um olhar holístico que os gestores e acionistas precisam ter cada dia mais. O olhar linear e a análise do real impacto de cada ação das corporações precisam ser revista urgentemente.

A mentalidade dos novos gestores e acionistas precisa passar pela efetiva ação e pensamento diário do tripé da sustentabilidade: ambiental, social e financeiro. Este termo foi cunhado por John Elkington, que publicou em junho de 2018 na Harvard Business Review que está, inclusive, fazendo um recall deste termo.  Neste ano de 2019, o conceito faz 25 anos e Elkington diz que precisa fazer uma afinação ou uma melhoria como as montadoras fazem com os carros ou geladeiras quando vêm com problemas.  O visionário diz que daqui a 25 anos poderemos olhar para trás e apontar que neste momento começamos colocar efetivamente a tríplice hélice na criação de valor  e no código genético do capitalismo, estimulando a regeneração de nossas economias, sociedades e biosfera.

Se somarmos esta visão com os anseios desta sociedade que está indignada com esta falta de foco das empresas, com as questões ambientais e sociais, poderemos quem sabe transformar mais esta realidade.

Além disso, tem muita gente trabalhando para fortalecer e engrandecer outros movimentos como o do Capitalismo Consciente, Empresas B, Negócios de Impacto Social, Finanças Sociais, Empreendedorismo Social, entre outros. Movimentos estes, que estão tentando agregar nas empresas, o real valor das questões ambientais e sociais, sem esquecer-se do lucro. Mas não levando o lucro dos acionistas acima de tudo, de vidas, da biosfera e de questões éticas.

Não podemos ser ingênuos e achar que empresas que buscam seus materiais na natureza têm que ser extintas de uma hora para outra. Ainda, para este tipo de sociedade, precisamos buscar a base dos nossos produtos e serviços na natureza. Mas, não é possível que temos tanta tecnologia, inteligência, pesquisa e tudo mais para fazer isso sem “machucar” ou impactar tanto a biosfera e as pessoas. Temos nanotecnologia, inteligência artificial, carros e drones andando sozinhos, exoesqueletos, robôs, biotecnologia, vamos para Marte e para Lua, e não fazemos o básico de gestão, arriscando vidas e a biosfera por um lucro grande e rápido.

Temos que repensar neste tipo de sociedade que queremos. Temos que gerenciar não só no lucro, mas também nas outras duas partes da hélice: social e ambiental. Temos que não esquecer de tudo isso que aconteceu com estas famílias e pessoas que foram expostas e compartilhadas nas redes sociais por milhares de pessoas. Não podemos esquecer os rios e as milhares de plantas e animais que estão morrendo, e tomar uma atitude no nosso dia a dia.

SIM, as suas decisões diárias podem afetar tudo! Seja numa decisão na empresa que você trabalha, na escola que você estuda, ou dentro da sua casa com a sua família.

E NÃO, a Responsabilidade Socioambiental não morreu, ela se fortaleceu, pois agora o público em geral também começa a entender o que uma empresa precisa cuidar além do seu lucro! A Responsabilidade Socioambiental tem que estar na teoria e, principalmente, na prática do dia a dia!

Dicas

Desafio ONU – Combate a poluição

A ONU Meio Ambiente convida professores e estudantes de todo o Brasil a participar do Desafio de Volta às Aulas Mares Limpos, uma mobilização global para reduzir o uso de plástico descartáveis nas escolas e no dia a dia das crianças. Para participar, os docentes interessados deverão desenvolver um projeto para a redução do uso de plásticos descartáveis na escola ou em casa.

Participe

Evolução

Veja que maravilha que temos por aí no mundo. Basta investirmos em melhorias e focarmos nos temas que devem ser focados. Assista e entenda como funciona a máquina que transforma lixo plástico em petróleo.

Palestra Dante

Tive a oportunidade de falar sobre Empreendedorismo de Impacto Social com os professores e professoras do Colégio Dante Alighieri pela ESPM. Foi uma super oportunidade e troca de conhecimento incrível! Temos que começar desde cedo a discutir este tema também.

Via Varejo

Recebi o convite da Via Verejo para gravar um vídeo falando sobre negócio de impacto social. Nele abordo os vários tipos de empreendedores e explico os conceitos como o de intraempreendedor. Confira!

Lei – Negócios de Impacto Social

No mês de fevereiro foi sancionada lei que regulamenta negócio de impacto social no Rio Grande do Norte. A nova legislação garante o apoio ao desenvolvimento de investimentos e negócios de impacto no âmbito estadual. Alguns objetivos fundamentam a criação da lei, sendo eles:

  • Incentivar a atratividade dos instrumentos de fomento e de crédito para os negócios de impacto;
  • Estimular o aumento da quantidade de negócios de impacto;
  • Estimular o fortalecimento das organizações intermediárias que oferecem apoio ao desenvolvimento de negócios de impacto e capacitação aos empreendedores;
  • Promover um ambiente institucional e normativo favorável aos investimentos.

Confira!

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O Sustentabilidade e Empreendedorismo News é produzido pelo especialista Marcus Nakagawa destinado a seus clientes e amigos e distribuído gratuitamente em formato digital. As opiniões emitidas pelos entrevistados são de sua inteira responsabilidade e não refletem necessariamente a opinião do informativo.

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